segunda-feira, 12 de outubro de 2009

MATEMÁTICA

Ser alfabetizado em Matemática é compreender o que se lê e escreve a respeito das noções de
números e operações, espaço e forma, grandezas e medidas e tratamento da informação.
A criança que ingressa na escola traz conhecimentos matemáticos informais que devem ser
considerados pelo professor ao organizar sua proposta de trabalho.
A escola marca a transição de um contexto exclusivamente familiar para um outro influenciado pela
cultura, com outros códigos e possibilidades de relação e a Matemática surge como porta de entrada para
novas competências e estratégias próprias do mundo escolar.
Segundo Piaget, o conhecimento lógico-matemático é uma construção do sujeito e decorre de uma
necessidade; ao tentar realizar uma ação, ou encontrar uma explicação para o que ocorre, o sujeito encontra
resistência na realidade (situação-problema). Para enfrentá-la, precisa modificar seus conhecimentos anteriores,
pois do contrário não poderá resolver sua dificuldade. Por isso o conhecimento é um processo de criação, e não
de repetição. A resolução de situações-problema é, portanto, uma estratégia que orienta e provoca
aprendizagens, visto que proporciona contextos significativos de pesquisa e exploração, a partir dos quais se
podem aprender conceitos, idéias e procedimentos matemáticos.
A vivência de jogos, músicas, brincadeiras envolvendo o corpo, poemas, contação de histórias da
literatura infantil, situações que surgem em classe, tendo como foco de observação a enumeração, as relações
estabelecidas entre os números, à relação entre quantidades e símbolos e as idéias das operações são
atividades que favorecem a aprendizagem significativa da Matemática.
A criança percebe os fatos através dos sentidos e de manipulações práticas. Porém, o uso do material
só tem significado real na prática pedagógica, e, portanto, é “concreto” para a criança, quando ele se constitui
num instrumento de apoio para a ação desta criança no processo de produção e reinvenção do saber.
Para as crianças pequenas, os jogos e brincadeiras são as ações que elas repetem sistematicamente,
mas que possuem um sentido funcional, isto é, são fontes de significados, já que possibilitam compreensão,
geram satisfação, formam hábitos que se estruturam num sistema. O jogo torna-se uma estratégia didática
quando as situações são planejadas e orientadas pelo professor visando uma finalidade de aprendizagem, isto
é, de proporcionar à criança algum tipo de conhecimento, alguma relação ou atitude.
É importante que a criança perceba que existe uma relação entre aquilo que ela faz – ao brincar, ao
jogar, ao fazer compras num mercado, ao assistir televisão – e a Matemática que o professor apresenta em sala
de aula.
A função do professor é oferecer diferentes possibilidades para a formação dos conceitos matemáticos
através do estímulo, das situações-problemas e da solicitação de argumentos por parte dos alunos. Também
pode estimular a escrita de textos para explicar resultados e estratégias, mesmo que em conjunto com alguns
símbolos matemáticos, para que a linguagem matemática não se transforme em um código indecifrável.
Estudos da neurociência apontam que crianças adoram surpresas e o cérebro se interessa pelas
alterações no mundo ao nosso redor, pois tudo que é desconhecido estimula com particular intensidade as
redes neuronais e, por isso mesmo, se deposita muito facilmente na memória, como informação.
Assim, quanto mais recursos forem empregados na transmissão de uma informação, tanto melhor ela se
fixará na memória de longa duração. Portanto, é mais fácil aprender com a colaboração do maior número
possível de órgãos dos sentidos. O humor e a emoção também influenciam os sistemas neuronais que
determinam quais informações serão armazenadas.
O professor pode se valer da História da Matemática para explicar que os conceitos matemáticos foram
desenvolvidos a partir da necessidade dos diferentes povos e culturas. A calculadora e os computadores
também são ferramentas que facilitam a aprendizagem matemática.
A avaliação, como parte integrante do processo de ensino e de aprendizagem, deve permitir uma
reflexão contínua sobre a prática, sobre as estratégias utilizadas e sobre a necessidade de retomada de
conteúdos, possibilitando, por meio de atividades individuais e de todo o grupo, aprendizagens cada vez mais
significativas.
Texto elaborado pelas assessoras pedagógicas: Adriana Zini, Marinês Feiten da Silva e Teresinha Manica Salvador.
Bibliografia:
RANGEL, Ana Cristina S. Educação Matemática e a Construção do Número Pela Criança. Porto Alegre: Artmed, 1992.
DUHALDE, Maria Elena. Encontros iniciais com a matemática / Maria Elena Duhalde e Maria Teresa Gonzáles Cuberes-Porto
Alegre: Artmed, 1998.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. - Brasília: MEC/SEF, 1997.
SMOLE, Kátia Stocco. Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender matemática. - Porto Alegre: Artmed,
2001.
Revista Mente & Cérebro – Edição especial – Como o cérebro aprende- Nº 8 - Ediouro- São Paulo, 2007.
Revista Mente & Cérebro – Coleção Memória da Pedagogia – Jean Piaget - Nº 1 -Ediouro- São Paulo, 2006.
TOSATTO, Carla Cristina. Hoje é dia de Matemática:2º ano,1ªsérie/Carla Cristina Tosatto, Cláudia Miriam Tosatto, Edilaine do
Pilar F. Peracchi – Curitiba: Ed. Positivo; 2007.
Alfabetização Matemática
Grupo de Estudos de Educação Matemática e Científica
GEEMAC – Anos Iniciais

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